A influenciadora Yeda Freitas, suspeita de ser cúmplice no assassinato de Douglas Henrique Silva, em março de 2022, não vai a júri popular após o juiz analisar que não há provas do seu envolvimento. Além dela, outras quatro pessoas respondiam pelo crime e devem enfrentar o tribunal do júri.
Em nota ao g1, a defesa da influenciadora informou que “recebeu a decisão com serenidade e reforçou que desde o início sustentava a inexistência de qualquer participação dela no fato” (leia a nota na íntegra ao final do texto). De acordo com o advogado, ela responde por outro crime em liberdade.
A decisão foi publicada na quarta-feira (27) pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. O magistrado reconheceu que há provas da participação de Antônio Luiz de Souza Filho, conhecido como “Toinzinho”, Mateus Barbosa da Silva, Leandro Silva Rodrigues e José Camilo Pereira Bento no homicídio qualificado.
Em nota, o advogado Welder de Assis Miranda, que representa o acusado Antônio, disse que ele é inocente e que “vai provar isso no dia do Tribunal do Júri, o qual não tem qualquer participação no crime do homicídio”.
A defesa de José Camilo afirmou que “nos autos não há provas suficientes de que este tenha participado do homicídio, sendo que este não conhecem nenhum dos acusados e que estes também não o conhece. Assim, a defesa irá recorrer da decisão, buscando a verdade real dos fatos, para comprovar a sua inocência”.
O g1 entrou em contato com a defesa dos outros réus, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Entenda a impronúncia
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Yeda Freitas foi presa em Goiânia, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A falta de provas foi o que motivou o juiz a determinar a impronúncia da influenciadora. “Não vislumbro arcabouço probatório suficiente para submeter a acusada a julgamento pelo Tribunal do Júri, ausentes os indícios de autoria/participação em seu desfavor”, pontuou Jesseir.
De acordo com o documento, essa decisão significa para Yeda o encerramento da “relação processual”. Segundo o seu advogado, ela não deve mais responder pelo crime.
Nas alegações finais, o Ministério Público de Goiás (MPGO) já havia se manifestado favorável à impronúncia.
Relembre o caso
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Yeda Freitas foi presa em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/Redes sociais
De acordo com a Polícia Civil, Douglas Henrique Silva foi morto no dia 14 de março de 2022, na Rua Anchova, Jardim Atlântico. Em maio de 2023, a Operação Omertà, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), prendeu Yeda e outros suspeitos de participarem do crime.
Na época, a corporação explicou que a influenciadora se beneficiava financeiramente de um esquema de tráfico do qual o ex-namorado, Antônio, participava. Ainda de acordo com a polícia, para deixar de pagar uma dívida, o então namorado dela havia armado uma “emboscada” para a vítima.
Outro crime
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Yeda Freitas em um barco em Brasília e em frente a um carro, em Goiás — Foto: Divulgação/Redes Sociais
Em 2024, Yeda Freitas foi presa por simular um sequestro para extorquir o tio do namorado, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, informou a Polícia Civil. De acordo com a investigação, junto com o namorado, Gabriel Arantes, ela simulou o crime para extorquir R$ 1 mil da vítima e, assim, pagar o aluguel da mãe, que estava atrasado.
Segundo a polícia, o tio de Gabriel compareceu a uma delegacia para informar que o sobrinho estava encaminhando mensagens de áudio, afirmando que tinha sido capturado por policiais quando saía de um motel portando drogas. Dizia ainda que, para não ser preso, teria que pagar R$ 1 mil.
Para as autoridades, Gabriel assumiu a autoria total do crime e afirmou que a namorada não tinha relação com o caso.
Nota da defesa de Yeda Freitas
A Terceira Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri da Comarca de Goiânia decidiu, nesta quarta-feira (27), pela impronúncia de Yeda de Sousa Freitas no processo que apura o homicídio de Douglas Henrique Silva, ocorrido em março de 2022
Na decisão, o magistrado destacou que não há indícios suficientes de autoria ou participação de Yeda no crime, razão pela qual ela não será levada a julgamento pelo Tribunal do Júri. O próprio Ministério Público, em suas alegações finais, havia se posicionado pela impronúncia da acusada
Com isso, Yeda deixa de figurar entre os réus que irão a julgamento popular. Permanecem pronunciados Antônio Luiz de Souza Filho, vulgo “Toinzinho”, Mateus Barbosa da Silva, Leandro Silva Rodrigues e José Camilo Pereira Bento, acusados de envolvimento no homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima
A defesa de Yeda recebeu a decisão com serenidade e reforçou que desde o início sustentava a inexistência de qualquer participação dela no fato.
Advogados Luís Rassi e Igor Pires
Fonte: G1 Goiás
